quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O doping intelectual: conheça os estudantes que usam remédio para "turbinar o cérebro"

A modafinila, indicada para tratar a sonolência excessiva, é capaz de aumentar o desempenho intelectual, segundo a ciência. Conheça a história de quem já o utilizou

Por Matheus Pereira
Você usaria um remédio para ficar mais inteligente?

"Esquece o metilfenidato! O Stavigile coloca qualquer Ritalina no chinelo". Foi com uma frase como essa que João Pedro* respondeu a uma publicação num grupo do Facebook voltado para vestibulandos de Medicina. Stavigile, cujo princípio ativo é a modafinila (para conhecer os mecanismos bioquímicos de sua ação, clique aqui), é um medicamento vendido no Brasil que é anunciado como o "Viagra do cérebro".

Ele seria capaz de conferir superpoderes ao cérebro, com maior eficiência na memória, raciocínio, concentração e principalmente na capacidade de ficar acordado. O Stavigile é usado (ou abusado) por aqueles que almejam uma aprovação em vestibulares ou concursos e ainda profissionais que precisam enfrentar longas jornadas de trabalho, como médicos residentes e enfermeiros. Conheça suas histórias.

Quer conhecer outras drogas da inteligência? Confira mais sobre o tema no final do artigo

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Nirvana em cápsulas: dos barbitúricos aos benzodiazepínicos

Por Matheus Pereira
Para o Bioquimica da Depre

Domingo, 5 de agosto de 1962, Brentwood, Califórnia.

"Parece que foi suicídio", afirmou o legista. O sol nem tinha nascido ainda e ela fora encontrada morta. Na cama, a estonteante Marilyn Monroe jazia nua, coberta apenas por alguns lençóis. Seu braço direito - todo pálido - segurava um telefone, encaixado ao gancho. Desviando os olhos daquele cenário teatral, os policiais se espantaram ao ver a mesinha de cabeceira. Vários frascos de comprimidos se empilhavam: remédio para sinusite, para alergia... Mas entre aqueles frascos, havia um totalmente vazio.

Aquele frasco continha, algumas horas atrás, 25 comprimidos de 100 miligramas cada de pentobarbital, uma droga da classe dos barbitúricos, que são medicamentos sedativos-hipnóticos. A prescrição datava de 3 de agosto, e fora autorizada pelo doutor Hyman Engelberg.

Os exames de autópsia comprovaram doses astronômicas de pentobarbital no sangue e no fígado de Marilyn Monroe - falam em algo torno de 60 cápsulas: o suficiente para matar 3 pessoas, pelo menos.

Como se a overdose não fosse suficiente, Marilyn ainda misturou o forte pentobarbital (que hoje só é usado para a eutanásia de animais) com cloral. O cloral é outro sedativo: e misturar depressores do sistema nervoso é algo que geralmente tem um efeito sinérgico desastroso. E foi o que houve: o resultado dessa combinação foi uma parada cardiorrespiratória irreversível.

Pentobarbital, uma das moléculas que matou Marilyn
É verdade que a morte de Marilyn permanece coberta por controvérsias. Aventaram  a ideia de que ela fora, na verdade, assassinada. O relatório oficial da polícia afirma que a morte foi um provável suicídio. Seja lá o que tenha ocorrido na misteriosa noite de 4 de agosto de 1962, ainda assim temos uma certeza. Aquela atriz de cabelos loiros, curvas sexy e sorriso atrevido dependia de doses elevadas de sedativos para suportar os dissabores que vieram com a fama.

O mesmo calmante que havia matado Marilyn, antes a ajudava a loira a viver: amenizava o seu nervosismo, colocava fim à sua angústia,  dissipava a ansiedade - tudo era uma paz sem fim, quase como andar em nuvens. E, até hoje, nós também buscamos esse sentimento. Alguns com medicamentos, tais quais os benzodiazepínicos - muito semelhantes aos barbitúricos.

Sexta-feira, 15 de novembro de 1963
A Roche revolucionou com a descoberta (por pura serendipidade) do primeiro "benzo" no fim dos anos 50. O diazepam chegou aos EUA na década seguinte
O diazepam (comercializado pelo nome de Valium) foi aprovado para venda nas farmácias norte-americanas. Nascia uma nova classe de drogas: os benzodiazepínicos.

O diazepam, primeiro benzodiazepínico a chegar aos
Estados Unidos
Os benzodiazepínicos, como foram chamados, são anticonvulsivos e sedativos-hipnóticos. O fenômeno é dose dependente: um pouco de "benzo" combate a ansiedade - e um pouco mais já induz o sono. São mais seguros que os barbitúricos. Apesar de ainda manter potencial para abuso - eles viciam - os benzodiazepínicos são menos tóxicos que os primeiros.

Uma overdose fatal de diazepam, Frontal (alprazolam), Rivotril (clonazepam) por exemplo, é algo raro - exceto se tomados juntos de outros depressores do SNC, como álcool ou antihistamínicos. E o efeito de um benzodiazepínico pode ser revertido com a administração de um antagonista específico, chamado de Flumazenil. Não há nenhum "antídoto" desse tipo para os barbitúricos.

Por essas e por outras, nos anos 70, os barbitúricos deram largamente espaço aos benzodiazepínicos, que se tornaram a droga de preferência para tratar insônia e ansiedade. Os médicos deram o aval ao diazepam do laboratório Hoffmann-La Roche, conclamando-o como uma droga com baixa toxicidade, que em ocasião alguma causaria parada cardiorrespiratória e nem dependência (os dois últimos seriam negados mais tarde). 
"Para ajudar a aliviar a tensão e a ansiedade" - comercial de 1967 do Oxazepam, benzodiazepínico
Desse modo, os benzodiazepínicos da suíça La Roche praticamente tiraram os barbitúricos do mercado. Para os pacientes, o diazepam era um excelente calmante, o "Mother's Little Helper", como cantou The Rolling Stones num ode aos comprimidos. Já para a La Roche, o diazepam foi um muito poderoso estimulante, que rapidamente catapultou a empresa para o rol das companhias farmacêuticas mais bem-sucedidas do mundo. O diazepam (Valium) foi extremamente lucrativo, sob o manto de uma droga não tóxica, mas ainda assim, fortemente calmante.

Embora seja audacioso afirmar tal coisa, uma Marilyn nos anos 70 teria muito mais chances de sobreviver ao tentar se suicidar do que aquela que era prescrita Nembutal. De qualquer forma, os benzodiazepínicos ainda tem grande potencial para abuso.

Brasil: nação Rivotril
Por que vendemos mais caixas de Rivotril do que pomadas de Hipoglós?

A partir do diazepam, vieram várias outros benzodiazepínicos. Eles atuam no mesmo local nas células do sistema nervoso: ocupam um sítio alostérico em complexos proteicos gabaérgicos. Essas drogas diferenciam-se pelo início da ação e o tempo em que permanecem no organismo (tempo de meia-vida).

Rivotril tem até "capinha" para iPhone 5. Uso se tornou banal
O Rivotril, nome comercial para o benzodiazepínico clonazepam, é a droga tarja preta mais utilizada no Brasil (em 2012). O Brasil é o maior consumidor do mundo de clonazepam: foram 2100 kg da droga em 2010. Isso representa 10 milhões de caixas de Rivotril nesse ano, junto de 4,4 milhões de caixas de bromazepam, outro ansiolítico, também em 2010. Como que se explica um consumo tão alto em território nacional de um remédio prescrito apenas por psiquiatras para tratar distúrbios de ansiedade extrema?

O consumo do Rivotril e outros benzodiazepínicos está altamente banalizado no Brasil. Vende mais que Dorflex. Será que temos mais pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada, fobias e ataques do pânico do que pessoas com dor muscular? Não. O Rivotril é, por muitos, usado para lidar com a mínima inquietação ou nervosismo que venha incomodar o dia.

Empurra-se os problemas com a barriga com os "comprimidos relax". O Rivotril dizima aquela aflição antes de uma entrevista de emprego e dispersa o nervosismo antecedendo a apresentação de um trabalho. Seja para aplacar a tensão de ver as contas para pagar se empilhando ou então para acalmar os nervos diante das frustrações de um relacionamento, o Rivotril está lá. A tarja preta, que indica o potencial de abuso da droga, não mais assusta os seus usuários.

E basta uma mordida no comprimido para ser acobertado por uma paz artificial e prolongada (a meia-vida do remédio é de 18 horas). Um pouco mais que isso, vem os efeitos hipnóticos, induzindo o sono. É uma solução urbana e conveniente. Basta comprar uma caixa, que custa em torno de 10 reais. E levar uma cartela nos bolsos ou numa necessaire para te acompanhar ao longo do dia.

Como age o Rivotril?
O Rivotril atua da mesma forma que outros medicamentos da classe dos benzodiazepínicos. 
Quando o GABA encontra seu sítio ativo, causa a entrada de íons cloro no citoplasma celular

Há vários neurotransmissores no corpo. São químicos usados na comunicação entre as células nervosas, os neurônios. Alguns desses neurotransmissores tem efeito tranquilizante e outros estimulante. Os estimulantes são responsáveis pela alerta, coordenação, memória, batimentos cardíacos e pressão arterial. Mas o seu excesso pode ser um baita incômodo.

Quando alguém está estressado ou sob muita tensão (em ataques de pânico, por exemplo), é de se esperar uma grande excitação na circuitaria cerebral. Há um pico de neurotransmissores estimulantes. E eles fazem com que haja um porção de impulsos nervosos cruzando a massa cinzenta a cada milissegundo.

GABA é o nome de um dos neurotransmissores do time dos tranquilizantes. Ele é um "calmante" natural, diminuindo a condução dos impulsos nervosos. O que os benzodiazepínicos fazem é potencializar a função do GABA. Isso inibe o excesso de estímulos que estavam sendo disparados anteriormente - o cérebro fica menos "ativo". O número de neurotransmissores estimulantes também cai.

Complexo proteico transmembranar GABAa. Note que há receptores específicos para os barbitúricos e para os benzodiazepínicos.
Em detalhes, o processo funciona assim: o GABA possui um receptor específico na membrana celular dos neurônios. É um complexo de proteínas, chamado de complexo GABAa. No centro desse complexo gabaérgico, há um poro contendo íons cloreto. A ligação do GABA ao seu sítio ativo causa um influxo de íons cloreto para o interior dos neurônios. Isso causa a hiperpolarização neuronal, o que torna mais dificultosa a despolarização (atingir o potencial de ação) necessária para a condução do impulso nervoso.

Os benzodiazepínicos tem um sítio específico nesse complexo gabaérgico. É importante notar que os "benzos" não mimetizam a ação do GABA. Eles se ligam a um sítio puramente alostérico e, ao fazê-lo, potencializam o efeito do GABA. Os íons cloreto entram no neurônio em maior frequência, tornando esse neurônio mais resistente aos efeitos dos neurotransmissores estimulantes.

Os barbitúricos também tem um sítio ativo específico no receptor GABAa. A ação é semelhante a dos benzodiazepínicos, mas em vez de permitirem maior frequência na abertura do canal de íons cloreto, permitem que os íons cloreto a passagem por tempo mais prolongado no neurônio.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Bomba cerebral: deficiência de tiamina (vitamina B1) e a síndrome de Wernicke-Korsakoff


Pirofosfato de tiamina (ou difosfato de tiamina) é a forma biologicamente ativa da vitamina B1
Devo dizer, você dificilmente vai encontrar alguém por aí que tenha escorbuto ou outras doenças causadas por déficits nutricionais, comuns aos navegantes das caravelas do século XVI. A menos que você se depare com um alcoólatra crônico num plantão médico. Uma dieta baseada em pão, manteiga e cerveja provavelmente não vai ser aprovada quando analisada numa calculadora de nutrientes.

Uma das possíveis (e talvez mais graves) deficiências que um alcoólatra pode ter é uma insuficiência de vitamina B1, a tiamina.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O erro no exercício de estequiometria do Cola da Web

O exercício
O exercício faz parte do bloco de estequiometria do portal "Cola da Web". Fácil e direto, só é preciso entender um pouco sobre nomenclatura de funções inorgânicas, soluções e de cálculo estequiométrico e resolver:

Sabendo-se que a massa molar do lítio é 7,0 g/mol, a massa de lítio contida em 250 ml de uma solução aquosa de concentração 0,160 mol/L de carbonato de lítio é:
 
a) 0,560 g.       
b) 0,400 g. 
c)  0,280 g.       
d) 0,160 g.        
e) 0,080 g.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Miscelânea: a memória, o pó dos anjos e o remédio Arcalion

Por Matheus Pereira
Para o Bioquímica da Depre

Como que memorizamos informações? 

Pense num neurotransmissor. Qualquer um.

As chances são de que você tenha lembrado da dopamina. É a dopamina que azeita o funcionamento do nosso sistema de recompensa: é só comer um prato com bastante açúcar e gordura, ou encontrar amigos ou então transar para que se sinta uma sensação de prazer e de bem-estar. Neurotransmissor que explica o vício em cocaína e anfetaminas, a infâmia da dopamina lhe rendeu bastante fama. Acetilcolina, endorfina, noreprinefrina também estão no rol daqueles neurotransmissores bem lembrados.

E é uma tremenda injustiça se você não lembrou do glutamato (derivado do ácido glutâmico, essa molécula aí em cima) – quando eu disse para pensar num neurotransmissor. Trata-se do neurotransmissor excitatório mais comum em seu cérebro (e no cérebro dos outros mamíferos também, a propósito). "Tá, que legal, mas serve pra que?". Talvez a função mais importante do glutamato seja seu papel na memória. O hipocampo, que é a principal área do cérebro quando o assunto é a formação de memória, usa (muito) glutamato.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

15 fatos surpreendentes sobre o corpo humano

O corpo humano é incrível. Muitos dos fatos abaixo são difíceis de acreditar, mas estão acontecendo, agora, dentro de você.




  • Os impulsos nervosos podem viajar numa velocidade de até 400km/h, o que é mais rápido que um carro de corrida da Fórmula 1.
  • O seu umbigo abriga um número de bactérias que formam um verdadeiro ecossistema, comparável ao de uma floresta tropical.
  • Quando você está apaixonado, o seu cérebro libera o mesmo coquetel de neurotransmissores e hormônios que são liberados ao se ingerir anfetaminas. Esse "coquetel" leva ao aumento dos batimentos cardíacos, perda do sono e do apetite e sentimentos intensos de bem-estar.
  • Um adulto é feito de mais de 7.000.000.000.000.000.000.000.000.000 (7 octilhões)  de átomos. Para te dar um pouco de perspectiva, nossa galáxia é formada por "apenas" 300.000.000.000 (300 bilhões) de estrelas, aproximadamente.
  • Em 30 minutos, o seu corpo libera energia suficiente (ah, bioenergética!) para fazer cerca de 4l entrar em ebulição.
  • Os músculos em seus olhos responsáveis pela focalização se movem cerca de 100.000 vezes em um dia. Para que os músculos da sua perna recebessem o mesmo "exercício", você teria que percorrer 80km.
  • 50% do nosso DNA é o mesmo que o DNA de uma banana
  • Para cada meio quilo de músculo a mais, seu corpo "cria" 12km de novos vasos sanguíneos
  • Seu corpo produz 25 milhões de células novas a cada segundo. A cada 13 segundos, há mais células novas em você do que pessoas morando nos Estados Unidos.
  • Nós brilhamos no escuro. O único problema é que a luz que é emitida pelo nosso corpo é 1000 vezes mais fraca do que a capacidade de captação dos nossos olhos.
  • Cerca de 90% das células que fazem parte de nós não são "humanas". Somos, em nossa maior parte, fungos e bactérias. É como se fizéssemos parte dos fungos e das bactérias, e não o contrário.
  • Você é mais rico do que imagina. Dentro de você há cerca de 0,2 miligramas de ouro. Infelizmente, você vai precisar coletar o sangue de 40.000 pessoas para conseguir construir uma moeda de 8g de ouro.
  • Há uma doença chamada de sinestesia que faz com que os cinco sentidos se confundam. Desse modo, essas pessoas podem "cheirar palavras" ou "ouvir cores".
  • Apesar de constituir apenas 2% da nossa massa corporal total, o cérebro consome 20% de toda a energia produzida pelo corpo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Resultado do sorteio de "Os Botões de Napoleão"


Pessoal, aqui está o resultado do sorteio do livro "Os Botões de Napoleão - as 17 moléculas que mudam a história", lançado pelo blog há um mês. Tivemos 52 concorrentes.

Entre 52 pessoas, o sorteado foi o de número 46:


http://www.sorteador.com.br/arquivo.php?consulta=236555

Parabéns, Jessica! Espero que o livro lhe seja útil e possa lhe entreter.

Gabriel do Nascimento, que fez 808 pontos no Enem, dá dicas ao vestibulandos de Medicina

Gabriel do Nascimento passou da marca de 800 pontos no Enem

             Gabriel do Nascimento tenta uma vaga em Medicina desde a conclusão do terceiro ano do Ensino Médio, em 2012. A experiência e o esforço empreendido durante esses três anos lhe renderam sabedoria. A prova está nas excelentes pontuações que ele obteve no último Enem. Teve grande sucesso em Matemática, pontuando incríveis 903,6 nessa área. Já em Ciências da Natureza, ele garantiu 843,8. Em Ciências Humanas, obteve 733,4 pontos e 663,1 pontos em Linguagens. Já na Redação, ele fez mais que o dobro da média nacional: pontuou 900.

            Com uma invejável média final de 808,78 pontos no Enem, ele escolheu, no SISU, os cursos de Medicina na UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) como primeira opção e a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) como segunda opção. Querem saber também como tirar mais que 800 pontos no Enem? Querem saber como acertar mais de 150 questões no Enem? O "Caderno de Medicina" entrevistou o Gabriel. Ele conta aqui os seus segredos para o sucesso no Enem. Além disso, Gabriel também deixa uma mensagem de motivação para aqueles que almejam uma vaga em Medicina e estão desanimados por anos de cursinho ou estudo sozinho.

Como você se decidiu por Medicina? Por que escolheu esse curso?
Eu quero Medicina desde que me entendo por gente. Lógico que eu não pensava apenas nessa profissão, mas sempre pensei nela. Decidi mesmo no 3º ano. Eu estava querendo fazer Biologia por achar que não passaria naquele ano (e realmente não passei). Mas, ao conversar com uma amiga, ela fez com que eu percebesse que eu deveria lutar pelo que eu realmente queria. Ela já havia feito uma faculdade e estava lutando por Medicina. Creio que escolhi Medicina porque gosto de ajudar as pessoas. Acho muito gratificante, e também porque é uma profissão que não fica na mesmice, é tudo muito diferente e sempre tem novidades. E eu me entedio muito facilmente, então queria algo que sempre me animasse.

Você se dedicou apenas para o Enem?
Não me dediquei apenas ao ENEM, apenas no mês anterior a prova. Eu estudava pra USP, UNICAMP, UNESP, UNIFESP. FAMEMA e Enem, sem um foco na verdade.

Para encarar a prova do Enem, qual foi sua estratégia? Você priorizou alguns assuntos mais que outros? O que você acha ter sido fundamental para seu sucesso na prova?
É possível ir bem no Enem mesmo se
você tira um cochilo de vez em quando.
A minha estratégia é a mesma de toda prova. No 1º dia, eu resolvia primeiro Biologia, Química, Física, Geografia e História, nessa ordem. No caso, seria por ordem de afinidade e gosto. No 2º dia eu lia o tema da redação pra deixar as ideias soltas na mente, fazia Matemática e depois Português, também em ordem de afinidade. Acho que o fundamental foi eu saber como era o melhor jeito para mim, eu sempre fazia provas assim e sabia que dava certo. Também sou muito calmo e pouco ansioso, então isso não me prejudicava.

Como era sua rotina de estudos? Estudava aos fins de semana?
A minha rotina de estudos era de segunda a sábado, eu NUNCA estudei no domingo, salvo os simulados Enem do cursinho. Eu sempre tirava o domingo para descansar. O cursinho era de segunda a sábado das 7h05 às 12h30. Terça, sábado e algumas sextas, eu tinha aula de tarde das 14h05 às 17h45/18h15. Já quinta-feira eu tinha aulas a noite das 19h15 às 21h30. Quando eu não estava nessas aulas eu sempre tentava estudar, após o almoço (que acabava umas 14h), das 14h às 20h/22h.

Para a Redação, o que você acha ser fundamental para garantir uma boa nota?
O fundamental é você dominar o tema. Comigo sempre foi assim. Se eu lesse o tema e o achasse ruim, eu sabia que minha nota seria deplorável. E o contrário também era verdade. Ano passado, o tema foi Lei Seca. Quando eu abri a prova eu quase chorei, eu disse pra mim mesmo "Esse ano não passo por causa da Redação". E foi o que aconteceu, minha nota foi horrível como eu saberia que seria... Agora esse ano foi diferente, eu sabia que conseguiria com aquele tema, mesmo não esperando uma nota tão alta.

No dia da prova, como você lidou com o nervosismo? Como administrou o seu tempo?
Como eu disse, eu sempre fui uma pessoa muita calma para provas. Então, para esse fator, eu nunca me preocupei na realidade. O tempo também... Eu sempre tive agilidade em fazer provas. Eu sempre saía antes do tempo determinado. Eu sempre pensava que deveria ter ficado até o final, mas não é verdade. Eu fazia a prova com rapidez e não conseguiria fazer em um tempo diferente. Para administrar o tempo, eu sempre usava o relógio e ficava calculando quantas questões faltavam. Para o Enem, sempre estipulei 3 minutos para cada questão. Daí, eu via se restava tempo. Para mim, sempre restava.

Qual é a mensagem que você deixa para aqueles que, assim como você, escolheram Medicina e agora buscam uma vaga nas universidades brasileiras?
Eu digo para não desistirem. Também não tentem algo mais fácil, mas que vocês não queiram realmente. Porque foi isso que aquela amiga me disse. Até hoje eu penso em como minha vida seria diferente (pra pior) se eu não a tivesse conhecido ou escutado. Eu sei que o cursinho ou estudar por conta própria é muito desgastante, ainda mais quando ficamos anos e anos tentando. É horrível, uma das piores sensações da vida.


Eu queria, sim, estar morto todos os dias que chegava naquele cursinho. Mas no momento que eu sentava na cadeira, mesmo querendo estar morto, eu dava o meu máximo. Se você relaxar, isso pode te custar outro ano. E, por pior que seja, vale a pena. Logo depois de saber da minha nota eu fui assistir o filme "Invencível", dirigido pela Angelina Jolie. Nesse filme, o personagem diz essa frase: "Um instante de dor vale uma vida de glória" e aquilo simplesmente se encaixou perfeitamente no que eu estava sentindo, eu fiquei até abismado. Os anos de cursinho, de noites mal dormidas, de erros repetidos... Toda essa dor de tentar e não passar valia a vida que eu espero ter agora na Medicina. Então é isso, vai valer a pena.

[Exercício resolvido]: Movimento Retilíneo Uniforme

Tem dúvidas? Envia pra gente! Use os comentários ou fale conosco por aqui.

Exercício resolvido pelo professor João Serata. João, junto de outro professor de Física, o Guto Gandin, oferece monitoria nessa matéria. O "Física nota 10" dá atenção individualizada, deixando você a vontade para tirar suas dúvidas e tentar diferentes abordagens para aquelas matérias mais complicadas. Além de aulas em vídeo, você tem atendimento personalizado a todo momento, o que potencializa suas chances de sucesso.
Clique aqui para  conhecer melhor o Física Nota 10

Recebemos o seguinte exercício, da leitora Fernanda. Ele é da FUVEST e aborda Cinemática, discutindo cálculos sobre velocidade média, dentro de Movimento Retilíneo Uniforme.


(FUVEST) Dirigindo-se a uma cidade próxima, por uma autoestrada plana, um motorista estima seu tempo de viagem, considerando que consiga manter uma velocidade média de 90 km/h. Ao ser surpreendido pela chuva, decide reduzir sua velocidade média para 60 km/h, permanecendo assim até a chuva parar, quinze minutos mais tarde, quando retoma sua velocidade média inicial. Essa redução temporária aumenta seu tempo de viagem, com relação à estimativa inicial, em

a) 5 minutos.
b) 7,5 minutos.
c) 10 minutos.
d) 15 minutos.
e) 30 minutos.

Continue a ler para conferir a resolução comentada do professor João Serata.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Wesley André Souza, aprovado em Medicina na UFSC, estudava em casa. Conheça sua história!

"A sensação é a mais perfeita e indescritível possível. Só não passa em Medicina quem desiste", diz Wesley André. 


Wesley André dá dicas para quem quer estudar em casa, sem cursinho

É clichê dizer que nem sempre conseguimos aquilo que desejamos (ainda mais quando o assunto é o vestibular de Medicina). Mais clichê ainda é dizer que, apesar disso, é tentando quantas vezes for preciso, atingimos nossos sonhos (e todas as variações disso: "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", "tudo no tempo de Deus", "não era para ser esse ano, mas não desista!). Se você tenta Medicina, pode estar cansado de ouvir isso tudo. Mas, por mais que seja repetido exaustivamente ao ponto de perder o significado, a sabedoria popular mostra-se correta. E, em especial para os futuros médicos, as frases de efeito podem ser provadas por histórias reais. 

Conheça hoje a do Wesley André Souza. Ele é um grande exemplo de perseverança e de paciência, virtudes que devem fazer parte de cada um que quer ser médico. Ele foi aprovado na UFSC, cujo curso de Medicina figura entre os 20 melhores do Brasil. Também foi aprovado na PUC do Paraná. Mas todo o sucesso não teria sido possível sem o empreendimento de muito esforço. E, no caso dele, foram quatro anos de esforço. E o mais incrível: no melhor estilo "cursinho no quarto", ele teve a coragem de ser um autodidata. Após três anos e meio recebendo ajuda de professores, Wesley resolveu estudar sozinho. E foi aí que chegou seu sucesso. Além de dar dicas preciosas para quem quer passar em Medicina, Wesley conta como é possível ser aprovado sem usufruir de um cursinho. Leia a entrevista com ele abaixo:

sábado, 24 de janeiro de 2015

Mande sua redação para o professor Hudson Pinheiro, antigo corretor do Enem


            529 mil candidatos zeraram redação do Enem de 2014. É um número que causa espanto e desperta incerteza sobre o nível educacional oferecido nas escolas brasileiras. Entre os motivos do desempenho ruim, está o desconhecimento do tema proposto. Nas palavras do ministro da Educação atual: "O tema agora, publicidade infantil, não é um tema que teve um grande processo de discussão como teve o de 2013, da Lei Seca". Isso mostra que boa parte dos alunos não busca uma leitura mais aprofundada em jornais e revistas.

            Para todos que se preparam com seriedade para o Enem, em especial para os cursos mais concorridos, uma nota boa na redação é fundamental. E, para isso, não há outro caminho: além da leitura, para se manter atualizado, deve-se praticar muito a composição de textos dissertativo-argumentativos, que é a modalidade mais cobrada.

            Por causa dessa importância, elaboramos uma parceria com o professor Hudson Pinheiro. Com mais de dezesseis anos de carreira, ele já foi corretor de redações do Enem. É, portanto, uma autoridade no assunto. Atualmente, Hudson Pinheiro ministra aulas em uma escola de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. A escola, por nove vezes, obteve as melhores notas de redação da Região dos Lagos. Hudson oferece aulas particulares e tutoria via Skype (clique aqui para visitar a página dele no Facebook, para contato). É uma excelente oportunidade para quem quer escrever a sonhada redação nota 1000.

            E para quem quer conhecê-lo melhor, aqui vai uma grande oportunidade. Quer ter sua redação corrigida pelo Hudson? Você poderá nos enviar, após ler a proposta abaixo. Ele irá selecionar algumas  redações para a correção, que será publicada no blog.

PROPOSTA
            A partir da leitura dos textos motivadores abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão de língua portuguesa em que discuta a ética no uso de remédios controlados durante a preparação para vestibulares e concursos. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 


COMO ENVIAR
Use, no máximo, 18 linhas no Word, fonte Times New Roman, tamanho 12.
Salve o arquivo (formato .doc) e envie para o email: matheuscdcp@gmail.com

Sua redação será postada no blog, mas não iremos divulgar seu nome!

Drogas da inteligência e suas questões éticas


           Essa é uma continuação da matéria "O doping intelectual" 


            O aumento do interesse em "cosméticos para o cérebro", isto é, o uso de certas drogas por pessoas sem problemas neurológicos a fim de melhorar suas habilidades cognitivas, trás consigo várias questões éticas. A medicina deveria ser usada para melhorar a qualidade de vida tanto daqueles que são saudáveis quanto daqueles que estão doentes?
  
            Poderíamos argumentar que o uso de drogas para "turbinar o cérebro" é uma progressão natural no desenvolvimento do homem. As pessoas já tomam suplementos concentrados em óleo de peixe, que são constantemente anunciados como amigos do cérebro. Estudantes e profissionais que trabalham, enfrentando longas jornadas, consomem comprimidos e bebidas contendo cafeína para afastar o cansaço. Será o uso dessa nova geração de drogas o próximo passo?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O doping intelectual: conheça os estudantes que usam remédio para "turbinar o cérebro"

QUER AUMENTAR O DESEMPENHO DO SEU CÉREBRO? CONHEÇA ALTERNATIVAS MAIS SEGURAS QUE O STAVIGILE NO FINAL DO ARTIGO.

Concurseiros e vestibulandos usam o Stavigile para aumentar o rendimento nos estudos e ficar vários dias acordados

Concurseiros e vestibulandos usam o Stavigile para ficar na frente da concorrência

"Esquece o metilfenidato! O Stavigile coloca qualquer Ritalina no chinelo". Foi com uma frase como essa que João Pedro* respondeu a uma publicação num grupo do Facebook voltado para vestibulandos de Medicina.

Stavigile, cujo princípio ativo é a modafinila, é um medicamento vendido no Brasil para tratar um distúrbio de sono excessivo. Mas seu uso underground está nas salas de aula e nos cursos preparatórios. O remédio, em pessoas saudáveis, é capaz de aumentar o desempenho em tarefas que exigem muita atenção, segundo cientistas de Oxford e Harvard. E, principalmente, o Stavigile aumenta capacidade de ficar acordado.

Por isso, o Stavigile é usado (ou abusado) por aqueles que almejam uma aprovação em vestibulares ou concursos e ainda profissionais que precisam enfrentar longas jornadas de trabalho, como médicos residentes e enfermeiros. 

Apesar de o Stavigile ser eficiente nos seus propósitos, há um problema: nós não sabemos quais são os efeitos da droga em longo prazo. E se ela tornar seus usuários mais suscetíveis a doenças como o mal de Alzheimer? Também é possível que ela prejudique o desenvolvimento do cérebro - que só termina por volta dos 25 anos de idade.

Quem garante esses riscos é o diz o neurocientista Russell Foster. "Não se sabe ainda que efeitos seu uso continuado pode provocar. É provável que a modafinila seja segura apenas se usada por curtos períodos". 

Conheça agora, um pouco mais sobre a história da modafinila e as revelações de quem já a utilizou

8 perguntas que você tem vergonha de fazer sobre urina




Todo mundo urina. Mas isso não significa que todos entendem, perfeitamente, como o sistema urinário funciona. Há muitos mistérios envolvendo o assunto – começando com a cor que a urina deveria ser, passando por quanto tempo dá para ficar "prendendo" sem prejudicar a saúde, até a razão pela qual o álcool faz com que se urine mais. Clique abaixo para continuar a ler!

Como estudar Medicina no exterior? Fernando conta sua experiência em Buenos Aires

Texto escrito por Fernando Rafael Carneiro para o "Caderno de Medicina". Fernando Rafael estuda Medicina na Universidade de Buenos Aires.



Aos futuros médicos do Brasil (e do mundo);
Aqui quem vos fala é nada menos alguém que, assim como vocês, tá na batalha pra seguir essa carreira linda que é a medicina.

Meu nome é Fernando Rafael, tenho 21 anos e já estou cursando Medicina. “Você cursa onde, UEL, USP, PUC????” Nada disso! Estudo na Argentina! “Nossa, mas você tem aula de anatomia com osso de galinha???” Também não. Vim aqui pra tirar de uma vez por todas esse preconceito de alguns.
Fernando Rafael

Muita gente diz que universidade da Argentina é fácil de entrar, mas difícil de sair. Aí começa o erro. NÃO É FÁCIL DE ENTRAR!!

Tem faculdades particulares que são mais fáceis de entrar? Sim. Tem faculdades ruins? Óbvio! Todo lugar tem. Mas não é por isso que vocês precisam generalizar.

Eu estudo na Universidad de Buenos Aires, e vou explicar pra vocês como é a faculdade em si e como é a vida fora do país.

Bom, a UBA é uma instituição pública, dependente do governo. Foi considerada a quinta melhor escola de medicina da América Latina, atrás apenas de 3 brasileiras (USP, UNICAMP e UNIFESP) e PUC-Chile (http://www.meddepressao.com.br/9-melhores-faculdades-de-medicina-da-america-sul/). A faculdade possui 4 Prêmios Nobel:

-1936: Premio Nobel da Paz – Carlos Saavedra Lamas (Formado e ex-professor da UBA)
- 1947: Premio Nobel de Medicina – Bernardo Houssay (Formado e ex-professor da UBA)
- 1970: Premio Nobel de Química – Luis Federico Leloir (Formado e ex-professor da UBA)
- 1984: Premio Nobel de Medicina – Cesar Milstein (Formado na UBA)

É uma universidade dividida em campus. Cada faculdade tem sua sede. Eu vou explicar como funciona a Faculdade de Medicina. Clique abaixo para continuar a leitura.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

[Exercício resolvido]: dilatação linear

Exercício resolvido pelo professor João Serata. João, junto de outro professor de Física, o Guto Gandin, oferece monitoria nessa matéria. O serviço João Serata dá atenção individualizada, deixando você a vontade para tirar suas dúvidas e tentar diferentes abordagens para aquelas matérias mais complicadas. Além de aulas em vídeo, você tem atendimento personalizado a todo momento, o que potencializa suas chances de sucesso.

Clique aqui para contatar João Serata.

Lucas Bonfim tem dúvidas no seguinte exercício, de Física, sobre dilatação linear:


Clique abaixo para conferir a resolução comentada pelo professor.

[Exercícios]: fagocitose e os Pac Man das células

Tem dúvidas? Envia pra gente! Use os comentários ou fale conosco por aqui.

O Ary Junior enviou a seguinte pergunta sobre Citologia (e um pouco de Sistema Imunológico):

Com base nos processos de pinocitose e fagocitose, se o pigmento usado por um tatuador sofrer hidrólise pela ação de enzimas lisossomais, a mais provável consequência será:

a) A tatuagem não perderia nitidez, pois a tinta ficaria definitivamente no interior da célula fagocitária.
b) A tatuagem seria realçada pela difusão do pigmento no citoplasma celular.
c) A tatuagem não permaneceria na pele por muito tempo, pois o pigmento seria metabolizada pelos macrófagos.
d) A tatuagem não perderia nitidez, pois a tinta serviria de alimento para o macrófago, aumentando seu tempo de vida.
e) A tinta seria letal para o indivíduo tatuado.

Clique abaixo para conferir a resposta!

Maurício, que tirou 822 pontos no Enem, responde às dúvidas dos leitores


            A entrevista com o Maurício Souza (não é o das histórias em quadrinhos!) gerou bastante curiosidade entre os leitores do Caderno de Medicina. Não é à toa. A história do Maurício impressiona. Ele arrebentou na Redação: atingiu os 980 pontos. Além de quase tirar a nota máxima, Maurício pontuou bem mais que o dobro da média do Brasil inteiro. Como se não bastasse, ele também foi muito bem nas demais áreas, o que lhe rendeu uma pontuação final de 822 pontos.

             Segundo ele, o segredo está em ler e treinar muito, mas o principal é que, depois de todo o trabalho, o aluno acredite em si mesmo. "Eu decidi confiar mais em mim. Eu pensava, nas horas difíceis: "Eu estudei para estar aqui, estou preparado". Creio que ter confiança em si mesmo é primordial", ele contou.

            Maurício aguarda, agora, o final do Sisu, mas sua aprovação é certa na maioria das universidades, considerando as últimas notas de corte. Ele responde, abaixo, às dúvidas de alguns leitores. Leia:



Eu planejava os horários de acordo com a escola. Depois de ter me formado no Ensino Médio, eu comecei a focar no Enem e nos vestibulares na segunda quinzena de janeiro. Todo esse tempo que eu tive e usei foi um passo primordial para as estudar, fixar e aprender as matérias.

 Eu usava algumas aulas no YouTube como apoio. Usava também ferramentas para complementar e fixar meus estudos nas apostilas. Usava o Tenho Prova Amanhã, Descomplica. Indico todos, se você possui uma total disciplina é possível estudar completamente por eles.

Estou tentando por 2 Anos, 2 anos árduos. Sobre a leitura, o meu foco sempre foi Literatura, Carlos Drummond, José Alencar... Porém a leitura de gêneros diferentes podem ajudar e muito, mas aconselho focar em livros literários que são cobrados, afinal, apesar de legal, Harry Potter nunca caiu no Enem



terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"Nunca desista do seu sonho", diz Leandro Martins, aprovado em Medicina na UERN

Leandro Martins conta sua trajetória até à aprovação, em entrevista. Recém-aprovado em Medicina, ele fala da importância de perseverar

Leandro Martins
            Você tem medo do quê? O que deixa você desanimado na busca por uma vaga em Medicina? Talvez você tenha se esforçado e dado o melhor de si, mas o resultado não tenha sido satisfatório. Como se manter motivado após um, ou dois, ou três (ou mais...) anos tentando? Apontar a injustiça do mundo, culpar a si mesmo? Desistir? Essa última está fora de cogitação. "O vestibulando de Medicina não estuda para passar, estuda até passar!", diz Leandro Martins. Ele foi aprovado na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Medicina.
           
             Leandro sabe muito bem o que é tentar e tentar, mas não conseguir. Ele já estava em sua terceira tentativa, quando foi aprovado. Ele poderia ter desistido no primeiro ou no segundo ano de tentativas. Leandro poderia ter dado voz à impaciência e buscado um curso mais fácil. Poderia ter buscado um "atalho" para Medicina – num curso com grade curricular parecida, a fim de concluir algumas matérias (uma estratégia que, para quem realmente quer Medicina, costuma ser fruto de grande infelicidade). Mas, para Leandro, era tudo ou nada. Ele não deixou as desistências o desmotivarem. Continuou a tentar.

            Talvez é a concorrência que te assuste. Afinal, as notas de corte para Medicina costumam ir além dos 800 pontos, no SISU, nas federais e, em qualquer forma de vestibular, a competição é acirrada. Você pensa que não está preparado? Talvez sua escola não tenha lhe dado tanto suporte no Ensino Médio. O Leandro já se sentiu da mesma forma. Ele passou por escolas públicas - estudou nelas a vida toda. Em algumas, como ocorre em muitas escolas públicas, apesar dos excelentes profissionais que lá trabalhavam, não havia toda a estrutura necessária para enfrentar tamanha concorrência. Ele conta que ousava sonhar no máximo, em ser professor. "O que eu sempre havia pensado em fazer era me formar em Matemática", diz. Mas Leandro não se acomodou. Ele decidiu ir além: buscou o IFRN. Por lá, ele conta, o ensino era melhor, o que somou com o restante de sua vida acadêmica. Dessa forma, se preparou e se fortaleceu para enfrentar a concorrência dos cursos de Medicina.

             Segundo ele, o real segredo da vitória é um conjunto de toda sua vida acadêmica. É a reunião de cada um daqueles que contribuíram para ela, da convivência com seus professores, colegas, servidores e as escolas pelas quais ele passou durante essa jornada.

Eu lhe desafio a responder: o que é energia?

     


             A energia é essencial para qualquer forma de vida debaixo desse nosso velho e cansado planeta. Fato indiscutível. Mas, mesmo após séculos de desenvolvimento científico, é incrível pensar que não temos uma definição definitiva sequer para energia. Tá, tem aquele velho chavão: a energia não pode ser criada, não pode ser destruída. Mas, enquanto isso caracteriza, não define. A energia apenas é. Verbo intransitivo. O que pode acontecer é que a energia pode ser convertida de uma forma para outra.
           
            Não fosse por esse curioso sistema de conversão e pelas infinitas possibilidades de transferência de energia, você não estaria lendo este texto. Por que não? O mais importante: suas células usam ATP. O ATP pode ser facilmente quebrado, é uma molécula instável. E essa quebra libera energia. Tal energia permite o trabalho das células que compõem todos os tecidos do seu corpo. E daí que acontece a mágica daquilo que chamamos de vida.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Maurício Souza conta como tirou 980 na redação do Enem

Detalhe das notas de Maurício Souza: notão em Redação

Ele estudou em escola pública e não foi aprovado. Porém, não desistiu. Tentou mais um ano. O resultado: 822 pontos no Enem

 No SISU do ano passado, a Medicina da tradicional UFRJ liderou as notas de corte. A universidade exigiu 822.82 pontos dos estudantes de todo o Brasil. Ainda assim, passar para a UFRJ não é impossível. O Caderno de Biologia e Química trouxe recentemente a história do Breno Alves (clique aqui para ler), que passou para lá, depois de muito esforço e disciplina. 

E hoje é a vez do Maurício Souza provar que ser aprovado para lá - ou qualquer outra universidade, em qualquer curso, é possível. Ele pontuou 822.42 este ano no Enem. São 40 décimos a menos da maior nota de corte do SISU do ano passado, sem considerar os pesos da UFRJ. Ao que depender das orações de vestibulandos de todo o Brasil, as notas de corte cairão. E Maurício Souza passará de uma só vez para o que ele decidir.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O segredo dos aprovados: Breno Alves (UFRJ)

 
Breno Alves está cursando Medicina na UFRJ
            O momento mais esperado por aqueles que buscam uma vaga em Medicina é relatado em detalhes por Breno Alves: "Há mais ou menos um ano, chegava o mais querido SMS que recebi na vida. Era o MEC me parabenizando pela conquista da vaga no SISU. Foi uma sensação muito boa, uma mistura de êxtase com sensação de dever cumprido - a vaga numa universidade pública de respeito havia, finalmente, sido alcançada", conta Breno Alves – que foi aprovado numa grande lista de universidades. Diante de um variado leque de opções, ele optou pela tradicional e renomada UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). No SISU de 2014, a Medicina da UFRJ teve a maior nota de corte do País.

Breno Alves conseguiu bolsa
integral no UP Vestibulares
            O caminho de Breno, não foi, no entanto, um mar de rosas. Houve muita dedicação, disciplina e comprometimento por parte dele. Após não ter sido aprovado no terceiro ano do Ensino Médio, por um misto de falta de preparo e nervosismo, ele decidiu "tomar jeito". Sua nota na redação o prejudicou muito – foram 580 pontos. "Teima, teima, que uma hora vem", ele gosta de parafrasear. Sem muitos recursos, Breno teimou. Após a conclusão do Ensino Médio, decidiu seguir em frente no curso pré-vestibular no UP (União dos Professores). No entanto, a mensalidade integral do pré-vestibular girava em torno de 1600 reais, um valor fora de sua realidade. Havia feito um bolsão no terceiro ano e, agora, no pré, teimou mais uma vez: conseguiu uma bolsa a partir de suas boas notas no Enem. A escola não levava em conta a pontuação na Redação.  

            A escola era sua casa. Breno passava ali até 14 horas por dia. Seguia uma rotina rígida, com metas a serem alcançadas. Quando seu planejamento estava correndo bem, ele se permitia alguns momentos de descontração. No entanto, a resolução incessante de questões, a leitura de livros na biblioteca da escola e a revisão em salas de estudo marcaram o ano de Breno. Tanto teimou que sua hora veio. E, de uma única vez, numa avalanche de sucesso, ele foi aprovado na UFRJ, UFMG, UERJ e UFES. Nas particulares, foi aprovado na Emescam, UVV e Univix. Só que ele sempre quis o curso das universidades públicas. Breno galgou sua montanha e, agora, chega à Medicina da UFRJ. Ele é mais um daqueles que comprova que a Medicina não é mais um curso exclusivo de jovens nascidos em berço de ouro. A mensagem que Breno trás é a de, mesmo diante de obstáculos e fracassos, não se pode desistir dos seus sonhos. "Mesmo que você ouça coisas ''ah, a prova tal a redação é ruim, prova X é decoreba e é impossível''. Não fique cabisbaixo, defina metas e trabalhe no seu objetivo que, tenho certeza, você será agraciado com a materialização de teu sonho", ele garante. Leia a entrevista completa com Breno:

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A vida sob o microscópio: fecundação

Apenas um entre cerca de 300 milhões de espermatozoides costuma chegar ao "destino final" necessário para que a reprodução aconteça. O encontro entre os dois gametas, o espermatozoide e o óvulo chama-se fecundação. A zona pelúcida, que protege o óvulo (tecnicamente, ovócito secundário), possui em sua superfície uma glicoproteína específica para o espermatozoide. O gameta masculino, com isso, é atraído quimicamente para lá. Em seguida, uma estrutura na cabeça do espermatozoide, o acrossomo, libera enzimas que permitem sua penetração na zona pelúcida. Após a junção, os núcleos das duas células haploides se unirão, com o pareamento dos cromossomos homólogos. Isso resultará em uma combinação genética única em toda a história.