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O DNA é o mesmo no núcleo de todas as nossas células* |
Neurônio, especializado no recebimento e transmissão de informações |
Você que está lendo esse texto não é nada além de um
amontoado de células – trilhões delas. Só que, não há muito tempo, você era uma
única célula, chamada de "zigoto", com metade do DNA do seu pai e
metade do DNA da sua mãe. Graças ao zigoto e a capacidade de replicação do
material genético, você conseguiu manter a informação genética dos seus
progenitores praticamente intacta. Os genes que te dão identidade e te mantêm
vivo já foram copiados em um número de sabe-se lá quantos dígitos. E, hoje, você
já não é uma única célula, mas um porção delas.
Mas, se o
DNA é o mesmo nesses trilhões de células*, como é possível que haja células tão
diferentes entre si? É fácil imaginar, por exemplo, que as células do seu
coração são muito diferentes das células do seu cérebro. As células do coração
– fibras musculares – devem se contrair e relaxar continuamente. Já as células
do cérebro – como os neurônios – devem produzir neurotransmissores e se
comunicar a todo o momento, levando e recebendo informações. Enquanto as
células do seu fígado são especializadas em neutralizar substâncias tóxicas,
como o álcool; algumas células pancreáticas fabricam hormônios.
A explicação
para as diferenças funcionais e morfológicas está no processo de diferenciação
celular. Essas células são diferentes – mesmo guardando uns 20.000 genes
idênticos – porque elas os utilizam de modo distinto. Há genes que estão ativos
em algumas células, mas inativos em outras.
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Célula epitelial, que funciona como um revestimento |
Os genes
guardam as instruções para fabricar proteínas. Ativando certos genes e
desativando outros, cada grupo de células se especializa em produzir
determinadas proteínas, em determinada quantidade, no tempo exato. É isso que
irá capacitá-las a exercer corretamente suas funções especializadas. Por
exemplo, a célula muscular sintetiza proteínas fibrilares contráteis (actina e
miosina); enquanto células pancreáticas que se especializaram na secreção de
hormônio irão produzir insulina ou glucagon. Esse processo de especialização,
com a fabricação de proteínas acaba causando modificações no formato das
células.
No fim das
contas, tudo tem a ver com quais genes são expressos em cada célula. O grande
alvoroço sobre células-tronco tem a ver com isso. As células-tronco
totipotentes são células indiferenciadas e podem se transformar em qualquer
célula especializada do corpo. Elas têm grande potencial terapêutico, por
exemplo, na recuperação de tecidos e órgãos. No entanto, resta ainda descobrir
como induzir uma célula-tronco a dar origem a única linhagem de células. Permanece
um mistério o mecanismo que leva tais células a se especializarem, desligando
alguns genes e mantendo outros genes ativos.
*As hemácias não possuem núcleo e, assim, não possuem DNA.
ótimo texto :)
ResponderExcluirMuito obrigado pelo seu feedback!
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