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Prednisona |
Esteróides. Do que esse nome te lembra?
Você pode ter um amigo que já os tomou para asma. A asma é uma inflamação da
parede brônquica. As crises asmáticas são terríveis: os músculos que revestem tal parede brônquica se contraem. Como se não fosse o suficiente, para obstruir ainda mais a passagem de ar, as células epiteliais secretam
muco. As cortisonas (como a prednisona, representada ao lado) conseguem diminuir
tal inflamação e oferecem alívio nas crises agudas de asma.
Se não é o caso, talvez você conheça
alguém que criou músculo em um tempo recorde. Talvez o indivíduo possa injetado
(não tente pronunciar) metandrostenolona – ou simplesmente Dianabol (na
verdade, os mais íntimos chamam de "Diana", em fóruns online). acelera o processo de
síntese proteica nas fibras musculares. O Dianabol está representado acima. Ele
é muito parecido com um anabolizante natural: a testosterona, que também é um
esteróide.
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A testosterona e o estradiol são muito semelhantes em sua estrutura química. Não podemos dizer o mesmo de seus efeitos no corpo |
A testosterona é o hormônio que dá as características
sexuais secundárias ao homem. O estradiol é o principal hormônio sexual
feminino. O que é mesmo interessante é que a diferença na estrutura química
entre esses dois esteróides é mínima (veja acima). Um grupo metil a mais, algumas insaturações a menos, e uma ligação dupla com o oxigênio em vez de uma simples com a hidroxila - as mulheres não menstruariam e teriam voz grossa.
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As adrenais repousam sobre os rins |
Os esteróides também são lipídios, mas
são bem diferentes dos fosfolipídios e das gorduras. Tanto fosfolipídios quanto
as gorduras possuem a mesma constituição básica, com algumas alterações. Eles
são formados por ácidos graxos e glicerol. Apesar de também ser considerado
lipídios, os esteróides são bem diferentes do ponto de vista químico.
Observando as moléculas que já
apresentamos, você consegue descobrir a semelhança que faz com que todas essas
moléculas sejam classificadas como esteróides. Sua estrutura é composta por
quatro anéis de átomos de carbono interligados.
O mais importante é o colesterol.
Apesar de ser tratado como vilão, o colesterol é muito importante. Lembra da
estrutura da membrana plasmática? Pois o colesterol se insere nela (nas células
animais), sendo, junto com os fosfolipídios e as proteínas, um importante
constituinte. O colesterol torna a
membrana plasmática mais fluida.
Talvez a função mais importante do
colesterol, que pode ser sintetizado pelo fígado e também obtido na dieta, seja
dar origem a vários hormônios. O estradiol e a testosterona, ligados às
características sexuais; e o cortisol, que suprime as inflamações, já foram
discutidos. Mas há outros. A progesterona, por exemplo. Trata-se de um hormônio
liberado no ciclo menstrual. Sua função é, na expectativa de uma gravidez, "preparar
o terreno", isto é, o útero. Se não acontece a fecundação, o resultado é
que o endométrio, que forra o útero, começa a descamar e a sangrar. A
aldosterona é outro esteróide, que tem um papel importante no sistema urinário,
na homeostasia osmótica. Ela regula a reabsorção de sódio e aumenta a excreção
de potássio pelas células epiteliais dos túbulos renais.
Apesar da fama de vilão, o colesterol é fundamental para a produção dos esteróides e, portanto, para o funcionamento perfeito do corpo. Como vimos, os esteróides atuam em processos variados. Sem eles, não desenvolveríamos características sexuais secundárias, as mulheres não engravidariam (algo um pouco problemático para a perpetuação da espécie), teríamos problemas na regulação osmótica e não experimentaríamos o estresse - que, apesar de não ser lá prazeroso, é importante para respondermos adequadamente ao mundo ao nosso redor.
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